O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Futebol P.A. 25
Esta é uma
estória de dois domingos, o primeiro e o segundo, e um escândalo no Incha
Padel: booling!
- Falta alguém?
– Pergunta sempre o anafado Conan.
- Tá fechado, -
é a resposta recorrente do hilariante Cociolo, que se julga o maior jogador da
Costa do Estoril, desde os tempos em que jogava raquetes com o Carinha da Avó,
à beira mar na praia de Paço de Arcos, e se recusa a jogar com coxos.
Mas para que o
Clark Kent, ou Faisão do Lagoas caso ponha um pompom no topo do cocuruto, não
vá a correr dizer à Judite que ganhou o jogo, razão porque saiu mais cedo e
empurrou a equipa para a derrota, o Tio Mino levou a taça, como é tradição, nas
duas modalidades! A maior parte dos futebolistas arrasta-se pelo campo com
lágrimas e ais, e um jogador arrisca-se sempre a sair com mamas, caso se
lesione e tenha o azar de ser socorrido. Por isso o Fininho tem sempre um papel
essencialmente cívico, esforça-se por levar as luzes aos jogadores moribundos,
começando por desenhar a sua silhueta no chão e avisando-os:
- Vem aí o
Preto!
Até ao primeiro
domingo a ideia universalmente aceite era que se o Tarolo jogasse seria sempre
um problema para a sua equipa, mas descobriu-se a solução: para encher a bola é
preciso uma bomba, e para o Maninho Ensina jogar, também. O Choné optou então
por comprar uma garrafa de CO2 (“qualquer gás serve”) em segunda mão a uns
soldadores, que deu para arejar as suas duas crias, e o efeito sobre o mais
novo foi imediato:
- Eu sou um
superdotado, tenho um Q.I. de 162! – Informou os presentes após duas inalações.
Agora todos
sabiam porque é que o Tarolo “desevoluia”
sempre à medida que o jogo decorria, perdia a noção da condução da bola,
despistava-se nos contra ataques, levando sempre o Peidão a implorar-lhe:
- Não largues a
bola, se entrares pela baliza também é golo!
Era falta de
dióxido de carbono, o oxigénio fazia-lhe mal, por isso o seu futuro não está na
Terra, mas sim em Marte. Houve mais novidades! O Caramelo, um exímio jovem que
marcava conscientes golos de cabeça, apercebeu-se que acabara de entrar na
terceira idade, marcou dois inconscientes golos de biqueiro, com o estilo do
pai do Chico.
No segundo
domingo o encontro foi renhido, o Brinca na Areia por pouco ia enterrando a
equipa, mas graças ao Taroulo, já só com O2, a vitória sorriu à equipa mais
psicologicamente preparada, pois quando estava a perder pela diferença de três,
o Peidão gritou:
- Lembrem-se da
estatística!
O Ulki, também
conhecido como o Canhão do Padel, foi injustamente acusado de cometer um
delito, e transformou-se, sentiu-se uma valorização dos decibéis, que se tornaram
cada vez mais agudos à medida que aumentavam, sendo imediatamente absolvido
pelo dono do espaço desportivo, que acusou severamente o delator:
- Não é falta, é
burro!
A estória acaba
com um incidente de trânsito grave, e mais uma vez com o Taroulo envolvido! Foi
visto a correr em redline, e a soltar ratés, na direção da baliza defendida
pelo lendário Fininho, que se queixara de um micro rasgão na zona de
entrepernas, lesão tipicamente padeliana sinal de que o jogador já não consegue
frenar o movimento do braço, devido ao peso da raquete:
- Então os
nossos tomates são maiores? – Gabou-se um dia o Big Mac
Por isso o
Fininho recuara para a zona que ele julgava ser de conforto. O choque foi tal
que o guarda redes substituto do gigante Espalha rodopiou no ar, fez barulhos
esquisitos, ouviram-se dobradiças a ganir e aterrou de emergência na área que
deveria ser exclusiva dele. A indignação do Maninho Ensina, um irmão com
vocação de oráculo, perante o gesto abominável do irmão foi tal, que se
aproximou para o castigar com um feedback pedagógico:
- Tens de ter
cuidado, senão ainda matas o ombro ao velho!
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