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315 estórias

Saturday, February 04, 2017

Os Koninhas


O Comandante Guélas

Série Paço de Arcos

Futebol P.A. 12



O Tarolo queixava-se de ter um pulso aberto, e tudo por causa dos filmes para adultos que o Balotelli insistia em pôr no grupo do whatsapp do Futebol PA, e por isso queria estar isento de ser guarda redes, mas enquanto reivindicava não se apercebeu da aproximação do Maninho Ensina que, por vir em red line, não teve tempo para travar, mas mesmo que o quisesse nunca teria conseguido porque o pai Choné comprara-lhe as chuteiras em promoção, na loja da Bernardina do “Tudo a 1 euro” na Figueirinha. Ouviu-se um grito lancinante, igual ao do capitão Porão no dia em que o Pona o arrumou de vez. Mas mesmo reformado do Futebol P.A., o militar continua a ser útil no Incha Padel, onde um jogador sem ética desportiva lhe desconta os pontos da carta que já não usa, de cada vez que vai apressado lá para os lados do Riviera, e o radar da praia de Santo Amaro dispara. Por isso o Incha Padel será sempre um desporto mínimo, carregado de partículas finas poluentes geradas por combustíveis de fósseis, as PM2.5, cujos praticantes já evidenciam preocupantes sinais de demência, enquanto o Futebol P.A. é uma competição entre máximos. Quanto à colisão entre manos, o Chico Paulo, também ele um veterano paçoarcoense e especialista em leis desportivas, elucidou os presentes com uma douta sentença, antecipando-se ao Fininho. Mas só falaremos dela no final da estória! Este foi um jogo muito atípico, onde a queixinha prevaleceu, sendo os dois penáltis assinalados, sem qualquer tipo de discussão, a prova disso. O primeiro aconteceu com o único careca em campo que, após uma simulação malandreca, sentiu algo e simulou um pneu furado, seguido de despiste. O segundo teve como artista o Brinca na Areia, um jogador ultimamente muito sensível a encostos que, ao aperceber-se da aproximação desenfreada do Maninho Ensina, um atleta que esteve perigosamente ativo na defesa da sua equipa, simulou um apertão dentro da grande área, pôs travões a fundo e buzinou desenfreadamente. Do Fininho não se ouviu qualquer sentença que indicasse estar do lado da justiça desportiva, repudiando este excesso de mariquice desportiva, resquícios dos tempos em que o capitão Porão usava e abusava dos teenagers paçoarcoenses.  
A sentença do Chico Paulo ao incidente mais grave deste domingo, mencionado atrás, que ditou a culpa do Tarolo por falta de carta de condução, absolvendo assim o Maninho Ensina, foi inquestionável:
- Em caso de falta sem bola aplicam-se as regras do trânsito!  

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