O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Futebol P.A. 2
Futebol P.A. 2
No
“Grupo de Futebol de Paço de Arcos” (GFPA) nunca existiu limite de idade, e os
mais novos iniciam-se quando o tio Fininho autoriza, que o diga o filho do
Toguinha, logo baptizado pelo proprietário do espaço com um nome nada
apropriado para um rapazito à porta da adolescência, que o pai insiste em
traze-lo equipado com as cores do Sporting, e que tem como referências o
Ronaldo e o Figo. E o Espalha, sem qualquer tipo de sensibilidade futebolística
zás, “Violeta”! Quem entra recebe logo uma alcunha, que o diga o Caramelo, que
ainda tentou reagir, mas depressa se apercebeu da tarefa impossível, pois
durante os noventa minutos foi bombardeado com “larga a bola Caramelo”, “passa
a bola Caramelo”, “chuta Caramelo”, e outros miminhos paçoarcoenses. E nestes
tempos de tecnologias, quem entra no whatsapp “Bola PA”, com administradores
exclusivos, nunca mais de lá sai, mesmo que o tente, que diga o Velinho, que
joga de longe, e já tentou fugir várias vezes, por estar à beira de uma
expulsão colectiva para o “Lar dos Acólitos Anónimos”, pela mulher e pelos
filhos, fartos de ouvir os toques das intervenções a entrarem em catadupa pela
madrugada adentro. De cada vez que saiu houve uma manifestação pedindo o seu
regresso. E como o administrador principal é um jogador sensível a causas
sociais, pimba, pôs o número do velhinho de volta, e ainda ele não
enchera a taça de meio gordo branco para comemorar o êxito da fuga, e já o
telemóvel cantava de novo. E é uma “causa social” do Fininho que dá origem a
esta estória!
A
notícia correu depressa pelos quatro cantos do mundo, o Choné soubera em
Istambul, onde se encontrava a recuperar de mais uma grave auto lesão, da
derrota da equipa que o João Laranja, filho de um pioneiro, carregava sempre às
costas. A tradição tinha sido quebrada, já se falava na “maldição do Fininho”.
O laranjinha atribuía a derrota imprevista a um guarda redes que o
administrador do whatsapp pusera na sua baliza. E atribuía-lhe o século XVIII
como data de nascimento! O Miguel CG, que já se apercebera que também podia
jogar de longe na rede, quis saber qual o nome do “novato”, uma vez que era o
primeiro jogo que fazia.
-
SETE ESCADAS, - esclareceu o Choné!
O
século foi logo emendado, não era o XVIII mas sim o XVI. O tio Fininho
mostrava, mais uma vez, ser um visionário na arte de jogar à bola, em duas
semanas introduzira as novas tecnologias em campo, primeiro com o seu “replay” das
jogadas, e agora com um jogador em “câmara lenta”. O Sete Escadas trouxe a
justiça para o mundo do “Bola PA”, porque a partir de agora quem ficar com o
laranjinha é obrigado a tê-lo na baliza, acabando-se de vez com o a tática do
“carregador de jogo”. Aposto que para a próxima vez que o Fininho ousar
participar na escolha da mão, que dá acesso à formação das equipas, não foge se
não lhe sair a pedra, pois escolher o “brinca na areia” já não é sinal de
vitória garantida!
No comments:
Post a Comment