O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Futebol P.A. 19
Até o Chico Papa, adepto ferveroso do
Futebol P.A., e vigário, não resiste a falar do Bill nas homilias em Roma:
- “Perde o sentido de direcção e não
é mais capaz de olhar em frente, sofre um retrocesso”!
Confidenciou que gostaria de canonizar
alguém em Paço de Arcos, já que a vila assistiu a várias ressuscitações do
Choné para a modalidade rainha, aguardando com grande expectativa a seguinte,
após a expulsão do Tio Mino, um conhecido inquietador de almas, acusado de
vários desmandos:
- “Estás passado da cabeça escrever
assim na QLombos? Todos sabemos que passas a vida a mandar os teus amigos para
baixo, mas assim já não tem piada, muito menos para quem te acompanhou nos
primeiros passos do Padel. Por estas e por outras vamos deixando uns para
trás!”
A modéstia deste arquitecto de
Cascais, expulso do concelho pela Câmara de Oeiras, revelou-se incompatível com
a dúvida metódica lançada pelo Tio Mino no whatsapp sénior da Quinta dos Lombos,
através do telemóvel de outro atleta:
- Acham imaginável uma pessoa dobrada
pelos fardos espirituais, de tórax estreito e contraído, com a cabeça enfeitada
e com um temperamento patológico incurável, ser jogador de Padel?
A pergunta era pertinente, a maior
parte das reformadas, a quem chamava russas, deixou cair as dentaduras de tanto
rir, e o grupo preparou-se para entrar numa fase de introspecção. O Incha Padel
já era alvo da curiosidade do National Geographic, o Espalha acabara de assinar
um acordo entre os cientistas e a câmara para a construção de uns campos da
modalidade, para assim atrair os nativos desta tribo, e com isso divertir a
comunidade científica. Havia um jogador que se julgava o alfa da matilha, o
guru do Incha, mas era necessário construir um parque de estacionamento para o
atrair. E quando os ânimos pareciam ter serenado, o Big Mac confidenciou que no
passado já jogara à bola lá para os lados de Sintra, e que estava tentado a
calçar de novo as chuteiras, para assim melhorar a saúde funcional, que piorava
de cada vez que jogava com o Conan, pedindo para arbitrar umas partidas sob a
orientação do Choné. Voltemos ao desporto rei! Foi um jogo que se desenrolou
sob condições meteorológicas adversas, só equivalente àquele memorável jogo nos
Maristas onde a pluviosidade foi tanta que era preciso nadar para conseguir
marcar golos, e onde no final o capitão Porão se viu rodeado, debaixo de um
telheiro, por uma resma de tenrinhos em cuecas, tendo-se ajoelhado, não para
apanhar o sabonete, mas para agradecer o milagre à virgem, mesmo sendo ateu, e
tudo graças a Deus. O Chico Papa aguarda assim mais dois milagres, depois do
golo do Bill na baliza adversária no anterior, e neste domingo chuvoso
assistimos a uma transformação, o Chico Paulo foi iluminado pelo Espírito Santo
e transformou-se em Chico Cristiano, estreando-se com um novo gesto técnico, o
biqueiro canhão! Em Paço de Arcos já são assim dois os pastorinhos, não de
ovelhas, mas da bola, só falta mais um para Roma nos abençoar desportivamente! Mas
há muito tempo que não havia tantas queixas, até o ato legal de agarrar a bola
foi questionado, e isto influenciou o resultado, que ainda está indeterminado e
a estória já vai a meio. Poderia um jogador repor a bola em jogo à entrada da
pequena área da baliza adversária, com o guarda redes distraído, em vez de ser
na linha lateral direita a meio do campo, local da falta? O jornalista Bill disse
que sim! Foi quando o jogo terminou, não por causa da visibilidade reduzida
como era tradição nos Maristas, mas porque o Chico Cristiano amuou e fugiu.
- Saí porque começou a chover, -
explicou mais tarde à comunicação social.
Desta vez o Ulki rematou de encontro
à bochecha esquerda do Zé Miguel, filho do Peidão que marcou um soberbo golo de
cabeça com o cocuruto e os olhos fechados, que, por breves instantes,
ausentou-se do campo, e conseguiu ver a cara do vizinho que ateara fogo à
barraca, em Vila Fria, do Craveiro Lopes, nascido em 1918 em Requeixo, Aveiro, e
da Quitéria Barbuda, nascida em Paço de Arcos em 1924, que os obrigou a fugir
para a vila de Paço de Arcos, e aí tornarem-se figuras públicas à força. Para
uns o resultado foi de 5 – 4, a equipa do Peidão cilindrou a do pai do
Baloteli, para outros foi um empate, caso a reposição da bola aos pés do
Espalha, o Casilhas paçoarcoense, seja considerada válida pelo Conselho de Disciplina,
dirigido pelo Fininho, que em formato Tio Mino apresenta “incompetências
sociais graves em ambientes chiques” segundo o sobrinho da Uber do Isaltino. No
final do jogo assistiu-se a algo que definiu o resultado da partida, 5 - 4,
comportamento importado da modalidade da Quinta dos Lombos, com parque de
estacionamento: o Bill baixou as calças, e o exibicionismo atingiu o ponto de
caramelo quando todos se aperceberam que cada esférico do jornalista tinha uma
cor única!
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