O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Futebol P.A. 18
O jogo deste domingo ficará para a
História após a descoberta arqueológica feita pelo homem do momento que, contra
a corrente do jogo, deu a vitória à sua equipa. O Bill excedeu-se, desconfia-se
que, tal como o Caramelo que deixou de marcar golos de cabeça e passou a usar o
biqueiro como arma letal, sinal da passagem da adolescência para a idade
adulta, acaba de mudar de nível de jogo, já marca na baliza adversária. Terá
deixado de ser adulto e agora é sénior, com direito a desconto no passe? Ficámos
a saber que o Baloteli é órfão de pai vivo quando foi confrontado pelo Caramelo
que o acusou de não dispor da mesma educação do progenitor:
- Fui federado 5 anos, capitão de
equipa, nunca levei um cartão amarelo, por isso não admito que te dirijas a mim
nesses termos!
Porque as equipas foram escolhidas
pelo Preto e pelo Peidão, tiveram de ser registadas, para que o primeiro não
desse início ao jogos com os atletas do adversário:
6 – 5 foi o resultado injusto, por
isso iremos provar que a equipa do Fininho tem toda a razão para apresentar
queixa no Órgão da Justiça Futebolística, presidida pelo jogador mencionado
que, na sua imparcialidade intocável, reporá a justiça do jogo.
Preto: Rafael da Silva, Carvão (Preto
Junior), Pai do Baloleti, Baloteli, Caramelo, Laranja, Brinca na Areia, Bil e
Bailarino
Peidão: Taroulo, Zé Miguel, Goucha,
Milhas, Fininho, Carcaça, Ulki, Tio Kiki e Chico Sá.
Como no Superbolas, fazemos um curto
intervalo no relato para falar de coisas supérfluas, como por exemplo o Incha
Padel.
- Conan exageras em pôr as bolas na
rede, - disse o hilariante Cociolo, comentador desportivo do Incha Padel, após
a grave lesão na cabeça, e continuou. – O Marreco está desportivamente muito
quitado.
Porque é que o Tio Kiki desistiu do
Incha Padel e está agora ao ataque no Futebol P.A.? O aumento do tráfego de
atletas no desporto rei, o único com dois códigos de justiça, o da estrada para
acidentes sem bola, e o do Fininho para incidentes com bolas, é inversamente
proporcional à sua diminuição no Incha Padel, que está praticamente reduzido a
dois fósseis, o Conan Vargas, jogador, e o Cociolo, o proxeneta desportivo. Do
desporto constituído por almogados da bola ficamos por aqui, o interesse está
todo voltado para a descoberta arqueológica do Bil no Lagoas Parque. Mais uma
vez neste domingo ficou patente que tocar no Brinca na Areia continua a ser
falta, amassar o Taroulo é falta contra o próprio. A descoberta já foi
classificada como a do século e aconteceu quando o Bil marcou um soberbo golo
de cabeça, depois de ter escorregado em algo, que foi atirado para a cabeça do
bailarino, deixando-o com um invejável cabelo marciano. Mas antes de marrar na
bola o Bill ouviu o barulho de um gole dado com força pela Quitéria Barbuda no
gargalo da garrafa de tintól que comprara no “Severino Seco”, não sem antes ter
pedido 10 tostões de manteiga, meia-quarta de café, uma quarta de arroz, pondo
com brusquidão uma garrafa vazia em cima do balcão, tendo o senhor Fernando
perguntado, “é para pôr petróleo”?. Depois ouviu murmúrios que caiam uns sobre
os outros, atordoados pelo turbilhão de sentimentos do antes, do durante e do
depois.
- De quem é este jogador? – Perguntou
alguém
O Bill abriu os olhos e viu olhares
hostis, medonhos e perversos, estava naquela equipa e na outra. Algo o fizera
escorregar e fazer um gesto técnico que contrariava toda a sua carreira de
atleta do Futebol P.A., marcar um golo na equipa adversária, por isso protestou
desesperado. A autoridade máxima da partida anulou a jogada, daí o resultado
oficial ter ficado num impate a 5 – 5, com tendência de vitória para a equipa
do Fininho (0,5), que pelas leis desportivas arredonda-se, e procedeu-se de
imediato à análise de tão intrigante prótese. Foram recolhidas amostras de ADN,
e comparadas com os vestígios de caspa, e coincidiu com o perfil genético do
Taroulo, o tufo só poderia pertencer ao pai: era o lendário capachinho do
Choné!
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