O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Futebol P.A. 36
O dérbi da semana foi emotivo, com polémicas
prontamente resolvidas por um senhor do futebol, o Chico Paulo, que tinha
instalado nas suas chuteiras padeleiras um VAR, enfrentando as queixas de uns e
de outros. Mas comecemos do princípio:
- Demoram muito tempo a escolher, -
gritou o Carcaça para o assustado Peidão, que não conseguia vislumbrar nenhum
jogador da sua geração, assustado por uma possível travadinha colectiva.
A pouco e pouco o Carcaça está a
tornar-se um “mito em processo”, porque se especializou a sacudir bolas para
longe. Este domingo atreveu-se a escolher como equipa um molho de atletas que
tinha por perto, e sofreu um holocausto: 7 – 2! A propósito de Marinheiro,
soube-se que o Clark Kent, que em campo espanta todos com ziguezagues
que demonstram omissões graves na arte do futebol, tinha ido fazer queixa ao pai, campeão de karaté na
classe tetraplégicos, de ter sofrido “Boling” devido aos excessos de “REMATA”
com que tinha sido agredido pelo Peidão & Fininho. Ficou por isso em casa a
rever o manifesto da Oprah Winfrey, emprestado pela Judite, tentando arranjar
elementos para os acusar de “assédio futebolístico”! Na ausência do Fininho,
que foi o vencedor absoluto deste encontro, porque os vitoriosos
tradicionalmente oferecem-lhe a vitória, o Chico Paulo, futebolista padeleiro
de bons princípios morais, honesto e profissional, foi logicamente o árbitro da
partida. Existiram razões objectivas para o desaire do Carcaça, nomeadamente
ele próprio e o Chico Marinheiro, e a escassez de real qualidade do plantel,
onde não havia defesas, nem meio campo, mas sim um conjunto de
brincas-na-areia. No Futebol P.A. a velhice é sinal de qualidade, como o vinho
do Porto, é por isso que o ousado mister Peidão escolheu o Chico Paulo, o
Ronaldo da vila, que sabe sempre desmaiar na altura certa, ocasião em que a bola
tabela em qualquer parte do seu arredondado corpo, e vai sempre direta para o
fundo da baliza. Espera-se que o Viagra e as chuteiras do Incha Padel não
influenciem esta maneira harmoniosa de progredir com o esférico, e o tornem num
atleta consciente. Antes do pontapé de saída, e com os jogadores ainda à
procura do seu lugar no campo, o Peidão fez suas as palavras do Garibaldi:
- “Não ofereço nem recompensas (isenção
de pagamento), nem casas (está a aumentar a sua com as quotas dos outros), nem
comissões (são pagas ao Fininho). Ofereço fome, sede, marchas forçadas,
batalhas e morte (o Paulão). E não hesitou em faltar à verdade para levantar o
moral dos seus atletas:
- Marca Burren, tu és como o Clark
Kent!
E por último o homem do jogo, o Paulão, que
jogou sempre em modo de toiro enraivecido mesmo a cilindrar o adversário,
varreu todos aqueles que se atreveram a cruzar-se no seu caminho, amigos e
inimigos, que o diga o Dédé, que foi visto a voar várias vezes. O pai Choné tem
razão:
- “Quem manda no futuro é o presente e
não o contrário!”
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