O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Futebol P.A. 34
No dia sete de janeiro do Ano da
Graça de dois mil e dezoito ficarão para
a eternidade dois nomes do Futebol PA: Carcaça e Tigre de Bengala! O primeiro
porque marcou o primeiro golo de um novo ano, de ricochete quando corria em direcção
à linha lateral, o segundo, o Milhas, um paradoxo desportivo de Paço de Arcos,
que todos pensavam ter sido curado pelo Tarolinho quando o arremessou sem
piedade de encontro a ele próprio, tirando-o do campo para gládio de todos os
amigos. Rachou o rádio, mas rasgou o cérebro. Por ter continuado a jogar no
Whatsapp contra o Fininho, um improvisador inesgotável, cheio de ruídos dos
fantasmas do passado, e o Espalha, um experimentador compulsivo, cheio de
memórias do antigamente, ganhou uma nova alcunha, a juntar a Soneca, Azias,
Beduíno e Milhas: Tigre de Bengala! Previam-se mudanças na dinâmica de jogo,
quando o psiquiatra lhe desse alta por cada golo que a sua equipa sofresse o
Fininho gritaria não o clássico “obrigado Zé”, mas sim “obrigado tigre de
bengala”, ou, “Milhas queres a bengala para jogar?”. A escolha das equipas
coube a dois veteranos, o Caramelo e o Peidão, que sabiamente escolheram os
atletas que pensavam estarem ainda aptos para darem uns chutos na bola. Por
isso o golo em situação de distração do Carcaça tornou-os arrogantes, julgaram
que já tinham no papo a primeira vitória do novo ano. O Chico Paulo pensou que
a performance continuava nos sapatos do Padel, um jogo de reformados parecido
com o Dominó e o Milho aos Pombos, mas o Fininho toureou-o durante toda a
partida, e várias foram as vezes em que gritou “olé”, após dribles fabulosos. A
equipa do Peidão estava imparável, motivada, coesa, por isso o capitão da
equipa marcou um fabuloso golo de fato e gravata, e ao Paulão, o demolidor do
Futebol P.A. E isto merece um replay! O canto foi marcado com mestria, o contabilista
do Futebol P.A. pensou elevar-se na altura certa, e quando se preparava para
cabecear, a bola deslizou pelo pescoço, e saiu disparada para as mãos do filho
mais velho do Choné, que estavam rotas, e aceleraram o esférico para o fundo da
baliza. É nestes encontros que se vê a aposta que o Choné faz nos filhos: o
Maninho Ensina estava possuído, o ar da bomba não era o habitual dióxido de
carbono, mas sim hidrogénio, porque o oxigénio está caro, o Paulão mostrou
estar com caibras nas mãos, sinal de ausência de bananas à refeição, e respectivo
défice de potássio; apostou tudo no Tarolinho, que fica aviado com um Hambúrguer
Natura, e este correspondeu com um golo consciente.
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