O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Portugal
teve o terramoto de 1755, Paço de Arcos a orgia natalícia de 2020. Quando o
Focas tossiu no jantar de natal para disfarçar o som de um flato, barulho inadmissível no restaurante da Nova School of
Business and Economics, não imaginava que acabara de abrir a Caixa de pandora,
e soltara o bicho de Wuhan que havia em si.
Uns
dias depois, algures no Alentejo profundo, o Conan abriu o olho esquerdo na
Pensão Moreira em Beja e sentiu um frio, não na espinha, mas nos entrefolhos.
Pensou na manhã alucinante do dia anterior em que fora estuprado a 200 metros
de altitude, na altura em que atravessava uma nuvem, não pela Mulher Maravilha,
mas sim pelo Carlão dos Ares, sem contar com o abalroamento que sofrera em
Mértola, quando um camião carregadinho de cabras lhe entrou pela retaguarda,
sem preliminares, tendo tido muita dificuldade em tirar o cobridor que se
colara nas suas cuecas tipo carrapato. Tentou apertar a cobra, mas só encontrou
uma lagartixa.
-
Maldito Focas! – Gritou furioso este ar-tesão pertencente a um coletivo de
fêmeas.
O
Conan Vargas, o paçoarcoense que se gabava de dar “8 de seguida sem ver a luz
do Sol”, acabara de perder o tesão do mijo. Deu um peido do feijão da noite
anterior e não sentiu o cheiro.
-
Maldito Focas!
Noutro
ponto do país uma enfermeira enfiou um cotonete pelo nariz de um asiático, um
paçoarcoense habituado a afiambrar num capitão e não a ser afiambrado, e
apercebeu-se de imediato da gravidade da situação, a cabecinha que entrara
branca saia agora verde e pestilenta. Ligou de imediato para o chefe da
segurança da vila, o senhor Cociolo:
- O
chinês está com as 7 pragas do Egipto!
Mas
já havia dois paçoarcoenses com as malas à porta, o Orlando e o Neto, um
desterrado para uma masmorra, o outro para as galés. Os restantes estavam
caladinhos, tinham-se evaporado no éter. A crise sanitária na vila ia-se
alastrando como nevoeiro pela costa, por isso o Comandante Guélas deu plenos
poderes ao Cociolo nomeando-o o marquês de pombal de Paço de Arcos, que ordenou
a prisão do Chinoca:
-
Quem o vir amarre-o a uma árvore que eu vou lá busca-lo!
O
inspetor Narciso Serapitola Figueiredo Baeta também já estava a cheirar o
terreno, à procura de vestígios do bicho chinês, mas só encontrava o odor
típico da zona:
- Mas
que cheiro a kona!
Entretanto
um empresário ligado á saúde, o Dr. Pierre Pomme-de-Terre, com vasto currículo
de epidemiologista brasileiro, prometia teste imediatos ao bicho, um dia depois
do espirro do Focas, e não seis como determinavam os “especialistas de aviário”,
não tinha mãos a medir, todos os presentes no jantar de Natal faziam fila à
porta do seu consultório, na antiga roulotte de bifanas do Mocho e do Bajoulo,
agora transformada na Clínica PUF. E por mais 50% do preço, uma promoção
especial para amigos, garantia a negatividade no resultado. Mas houve um dos
velhos fez queixa no livro amarelo:
-
Passados mais de 40 anos tenho que enfrentar de novo o trauma dos testes
negativos! – Lamentou-se o Caveirinha.
O
Chinês fugitivo não largava a porta da sua churrasqueira em Barcarena, o
negócio ia de vento em popa, até já comprara um lancha chamas a um árabe para acelerar as cremações, com a
condição de este não se fazer explodir junto ao seu estabelecimento. Mas a notícia do dia foi na área da Educação, a positiva do
Conan, que alertou o Marreco para a necessidade de ir
gastar uns euros à Clínica PUF.
- O
meu irmão bem me disse que as amizades paçoarcoenses iam-me custar caro!
Finalmente a fita do tempo foi entregue ao Cociolo:
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