O Comandante Guélas
Série Paço de Arcos
Futebol P.A. 41
Quando se fala de Futebol PA, “Éi”,
tem-se logo, “Éi”,não um gostinho como o Capitão, “Éi” mas uma visão poética de
Paço de Arcos, “Éi” uma visão integradora em que se misturam poemas, flatos e
discussões. Por isso, “Éi”, o Milhas já merece uma condecoração desportiva, “Éi”,
em valor absoluto e em valor relativo. Mas este domingo, “Éi”, a estória foi
outra, houve uma confusão das antigas, que trouxe à memória o saudoso Chico,
“Éi”, e os boxistas Estalinho e Zé da Tapada! E tudo porque o Ulki resolveu
deixar de jogar à bola, mas continuou a enviar as três crias, uma delas com
caibras nas cordas vocais: “Éi”! E porque é o mais velho, “Éi”, tem a mania que
é Brinca na Areia, “Éi”,e tal como o Chico adolescente, “Éi”, é muito sensível
ao jogo psicológico paralelo ao jogo técnico. E ainda por cima, “Éi”, o irmão
mais novo, “Éi”, o Cabeça de Giz, “Éi”,dá-lhe um baile de bola, “Éi”, e não tem
ataques! Mas desta vez foi o do meio, “Éi”, que se armou em Estalinho, “Éi”, e
quis arrear no Caramelo que se limitou a classificar o jogo do mano na
categoria de “anormal”, “Éi”, e ele não gostou. Mas como é que se classifica um
jogador que passa todo o jogo a gritar “Éi”? A bola chega aos pés de um colega
da equipa que está no outro extremo e ele grita “Éi”, o guarda redes prepara-se
para atirar a bola, e lá está ele “Éi”, o Chico Sá prepara-se para dar o
clássico biqueiro na bola e,“Éi”. Todo o jogo um constante “Éi”, coisa nunca
vista no Futebol PA, um atleta com a
língua enrolada nas cordas vocais. Uma espécie de Estalinho dos tempos
modernos. E legalmente está a infringir a “Lei do Ruído”! Se continuar a
frequentar este espaço desportivo-cultural terá de o fazer amordaçado. Mas
falemos do jogo deste domingo, onde pela primeira vez se levantou a questão do
racismo, precisamente quando os dois manos, o “Éi” e “Estalinho”, foram
mandados “jogar para a sua terra”. Então, chamar Branco ao Preto também será
racismo? E “Anormal” ao Cuzinho? Para que questões atuais como esta não sejam
de novo trazidas ao recinto desportivo, quem quiser chamar pelo Preto, terá de gritar:
- Ó Pardo!
Em termos técnicos o Chico Boatos,
depois de expulso para meio campo, para assim a sua equipa poder compensar os
seus constantes deslizes futebolísticos, revelou-se um distribuidor eficaz e contundente, mesmo continuando a ser
responsável por muitos dos golos sofridos pelos esforçados companheiros. Muitas
das vezes que tentava fintar alguém, mesmo ele próprio, lembrava-se da mula
velha da casa da avó, na aldeia onde costumava passar as férias, que também
tinha cabras, ficando afetado pela nostalgia, que lhe trazia à memória o
farrobadó de penáltis com a criação. Corre a lenda que os descendentes da Tita,
a cabra mais atrevida, têm muitos traços do Chico Boatos, os dribles sem nexo!
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