Camarada Choco
Aventura 34
Para os lados das Artes Gráficas estava instalada a revolta. As paredes testemunhavam a indignação geral:
“Libertem o Choco”
“Abaixo a Escravatura”
“Pintor para a Forca”
“O Choco para a Sala das Madrinhas, já!”
As relações entre o estudante universitário Choco Silva e o Pintor, tinham atingido a forma de uma Guerra Total, e cada um usava as armas que tinha. O Choco transformara-se numa fábrica contínua de pastéis e agora presenteava o patrão com todo o tipo de queques, bolas de Berlim, Pirâmides e Cornucópias. Era só vê-los descer diariamente pela cadeira abaixo, ajudados muitas vezes por sumo de laranja. Já não se sabia onde ficava o WC e as Artes Plásticas. E, devido a toda estas confusão, o impensável aconteceu: o Porres entrou um dia apertadinho na Escola e urinou para dentro de um cinzeiro tipo Dali, pensando que era a sanita:
- Fui pelo cheiro – desculpou-se ao senhor Pintor.
Tinha-se atingido o ponto zero das Relações Humanas. O dono da sala já estava com os cabelos brancos de tantas preocupações, e o Virgulino numa manhã de nevoeiro comunicou à Doutora Sem Canudo que vira uma ovelha junto ao bar.
- Chega ! – Gritou desesperado o Pintor, ordenando à Espatinha para pôr fraldas ao infrator.
Foi a gota final que fez entornar a taça ! A notícia espalhou-se, como era costume, à outra ponta da Instituição de Educação e Reabilitação, e as Defensoras dos Direitos Humanos puseram-se em marcha, em defesa do senhor Choco Silva.
- Libertem o Choco, - ordenou a sargenta que comandava as hostes.
- Agarrem-me, senão eu atiro-me à ovelha, - gritou uma fundamentalista.
- Não têm mais nada para fazer, do que perturbarem os meus caracóis ? – Perguntou, indignado, o patrão das Artes Gráficas, batendo com a porta, e arremessando para cima da multidão o Virgulino, aproveitando para acusar o Choco do lançamento do membro da Direcção,
Lá dentro o Choco atirara-se com os lápis de cor a uma folha A4 e desenhara a sua revolta: um Batatoon com duas grades em cima. Antes de o enviar às suas libertadoras, assinou a obra com um brigadeiro. Foi a histeria colectiva. A sargenta recebeu a carta e mostrou a obra à multidão. Foi de imediato enviado um poney-express aos confins do edifício, que entregou o desenho a uma Comissão de Sábias.
- Meu Deus, ele é um génio: um Batatoon, duas grades e um brigadeiro fedorento ! Ele faz um apelo ao Mundo Livre para a sua libertação !
- Tirem o Choco dali, e já ! – Ordenou a doutora.
No dia seguinte o mártir apresentou-se na nova sala e foi recebido como um herói. A amizade era tanta, que o Choco abriu os braços e pediu:
- NHI NHI, NHI NHI !
E o urinol portátil foi de imediato colocado na sardanisca marota do ex-Escravo, e agora Senhor de uma sala na parte mais in da Escola.
Aventura 34
Para os lados das Artes Gráficas estava instalada a revolta. As paredes testemunhavam a indignação geral:
“Libertem o Choco”
“Abaixo a Escravatura”
“Pintor para a Forca”
“O Choco para a Sala das Madrinhas, já!”
As relações entre o estudante universitário Choco Silva e o Pintor, tinham atingido a forma de uma Guerra Total, e cada um usava as armas que tinha. O Choco transformara-se numa fábrica contínua de pastéis e agora presenteava o patrão com todo o tipo de queques, bolas de Berlim, Pirâmides e Cornucópias. Era só vê-los descer diariamente pela cadeira abaixo, ajudados muitas vezes por sumo de laranja. Já não se sabia onde ficava o WC e as Artes Plásticas. E, devido a toda estas confusão, o impensável aconteceu: o Porres entrou um dia apertadinho na Escola e urinou para dentro de um cinzeiro tipo Dali, pensando que era a sanita:
- Fui pelo cheiro – desculpou-se ao senhor Pintor.
Tinha-se atingido o ponto zero das Relações Humanas. O dono da sala já estava com os cabelos brancos de tantas preocupações, e o Virgulino numa manhã de nevoeiro comunicou à Doutora Sem Canudo que vira uma ovelha junto ao bar.
- Chega ! – Gritou desesperado o Pintor, ordenando à Espatinha para pôr fraldas ao infrator.
Foi a gota final que fez entornar a taça ! A notícia espalhou-se, como era costume, à outra ponta da Instituição de Educação e Reabilitação, e as Defensoras dos Direitos Humanos puseram-se em marcha, em defesa do senhor Choco Silva.
- Libertem o Choco, - ordenou a sargenta que comandava as hostes.
- Agarrem-me, senão eu atiro-me à ovelha, - gritou uma fundamentalista.
- Não têm mais nada para fazer, do que perturbarem os meus caracóis ? – Perguntou, indignado, o patrão das Artes Gráficas, batendo com a porta, e arremessando para cima da multidão o Virgulino, aproveitando para acusar o Choco do lançamento do membro da Direcção,
Lá dentro o Choco atirara-se com os lápis de cor a uma folha A4 e desenhara a sua revolta: um Batatoon com duas grades em cima. Antes de o enviar às suas libertadoras, assinou a obra com um brigadeiro. Foi a histeria colectiva. A sargenta recebeu a carta e mostrou a obra à multidão. Foi de imediato enviado um poney-express aos confins do edifício, que entregou o desenho a uma Comissão de Sábias.
- Meu Deus, ele é um génio: um Batatoon, duas grades e um brigadeiro fedorento ! Ele faz um apelo ao Mundo Livre para a sua libertação !
- Tirem o Choco dali, e já ! – Ordenou a doutora.
No dia seguinte o mártir apresentou-se na nova sala e foi recebido como um herói. A amizade era tanta, que o Choco abriu os braços e pediu:
- NHI NHI, NHI NHI !
E o urinol portátil foi de imediato colocado na sardanisca marota do ex-Escravo, e agora Senhor de uma sala na parte mais in da Escola.
1 comment:
Interessante suas obras... Poderiam muito bem serem usadas em ilustrações gráficas. Valeu!!!
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